De todas as Coisas

Não nascemos sabendo, nem viemos com manual de instruções.
Talvez a vida devesse dar um prévio aviso de que os planetas iriam explodir sobre nossas cabeças, mas tudo o que vemos são as chamas, os restos de algo que um dia teve sentido.
Não somos feitos de ferro, mas temos de viver como se fôssemos.
Mil perdões em afirmar que a perfeição é abstrata.
De todas as coisas que criamos, de todas as coisas que sentimos, eu só pude confirmar que jamais seremos o Deus da Terra.
As potências do mundo, as guerras, o poder. Tudo isso não faz mais sentido quando estamos a sete palmos da terra.
Somos seres errantes, quem dera eu provar o contrário, mas tudo se resume em manchas de lágrimas no travesseiro.
Parecer forte não é algo que se aprende por querer, é algo que se aprende para viver.
Não quero falar de mitos, tudo tem um porquê.
Assim como lábios se tocam, punhos se fecham.
Os arrepios da pele, como seria bom ter conselhos de quem partiu, mas nossa missão é aprender que nessa vida tudo é um ciclo, uma teia sem sentido, até que um dia um desses fios é cortado.
E se nada existir após a escuridão? E se formos ratos de laboratório?
E se agora eles estivessem me vendo escrever?
Queria saber explicar o porquê de tudo, queria eu tirar o peso das costas de quem amo, mas tudo que posso fazer é ser platéia.
O personagem jamais imagina que choro com suas lágrimas e que rio com seus risos. Que suas vitórias são as minhas e que seu calor é o meu.
Eu apenas o observo se movimentar.
Quero cada vez mais, mas já não sei quando o espetáculo acaba, temo o fim, mas e quem não teme?
É como o bom livro que marca a juventude, você pode não lembrar o nome, mas jamais esquece do que leu.
Que as órbitas continuem a girar no mesmo sentido, para o dia em que todos os planetas se alinhem, possamos ver o quão maravilhoso é o infinito criado pelo trono.


PS. Este texto foi dedicado a uma pessoa mais que importante pra mim, Ackisson Marcos Oliveira dos Santos, te amo!

Elen Ruivo/2015